No dia 19 de Julho, acontecerá no Cineclube Metrópolis a mostra “Cidade: Derivas e Relatos” com trabalhos experimentais latinos inéditos no estado, realizada pelo Grupo de Estudos Audiovisuais (GRAV) com apoio da Secretaria de Cultura da Ufes e Ecos Jr. Após a exibição, haverá um debate com a curadora Valentina Montero e o professor arquiteto Heraldo Borges.
“Cidade: Derivas e Relatos” reúne obras que trabalham diferentes abordagens das metrópoles. Diversas capitais do mundo são dissecadas, abertas sobre a “lente-bisturi” dos artistas: Nova York, Paris, Taipei, Santiago, Barcelona, Caracas, Buenos Aires, La Habana. Os artistas – de procedência latino-americana – carregam as imagens das cidades com símbolos vindos de sua biografia, etnia e contexto de vida, atualizando seus significados a partir da paródia, do tributo ou do jogo. Os artistas procuram evidenciar as cidades a partir de sua construção, crescimento e expansão, que em algum momento deixou de obedecer a um projeto racional de estruturação. São obras em que os centros urbanos se revelam como habitat, mas também como espectro, como um postal que o turista, como sujeito social inconstante, consome antes de ali pisar.
Artistas: Valentina Serrati, Enrique Ramírez, Ricardo Vazquez, Alexander Apóstol, Enrique Ramírez, Cristián Alarcón Ismodes, Marcela Moraga, Sebastián Schmidt-Urzúa, León Siminiani
AIA
Chile, 2009, cor, digital, 3’
Direção: Valentina Serrati
Sinopse: A artista convida o espectador a contemplar a cidade de Taiwan e o desamparo existencial do protagonista, solitário personagem pós-moderno e pós-industrial.
Antena
Argentina, 2011, p&b, digital, 2’
Direção: Ricardo Vázquez
Sinopse: A interação entre pássaros e uma antena constrói pequena peça coreográfica entre animais e objeto.
Paris city of light, the city of love… Could become anywhere? An act of patience, a still image disappears. Could that be a city?
França, 2009, cor, digital, 10’
Direção: Enrique Ramirez
Sinopse: A Torre Eiffel, ícone supercodificado pela história e pelo turismo, desaparece lentamente do cartão postal. Paris, a cidade da luz, a cidade do amor, poderia tornar-se uma cidade qualquer?
Avenida Libertador
Venezuela, p&b, 2006, digital, 4’
Direção: Alexander Apóstol
Sinopse: A Avenida Libertador separa dois municípios politicamente rivais de Caracas. Como maneira de demarcar seus territórios, cada município apropriou-se da parede de um lado da avenida, decorando-a com murais de tradições artísticas opostas. Neste espaço, transexuais que habitam a avenida assumem os papéis dos artistas oficiais de cada lado, parodiando o uso da arte pelo Estado como propaganda política.
Documental
Venezuela, 2005, cor, digital, 2’
exibição digital
Direção: Alexander Apostol
Sinopse: Uma família moradora de uma favela em Caracas assiste na televisão um documentário histórico feito nos anos 50. Nele, as construções modernas ilustram o nascimento de uma nova sociedade na Venezuela, que contrasta com a precariedade da vida desses espectadores.
Propaganda Décimo Aniversario
Peru, 2010, cor, digital, 2’
Direção: Cristián Alarcón Ismodes
Sinopse: A partir de imagens de arquivo de noticiários do anos 2000, o artista propõe uma releitura do episódio da Marcha dos Quatro “Suyos”, realizada após a acusação de fraude que rondou a terceira eleição consecutiva de Fujimori como presidente do Peru. O artista tenta reconstruir o episódio por meio de vozes em off, tipografias e grafismos que remetem aos trailers realizados pelo estúdio Ghibli, no Japão.
Like a Selknam
Rotterdam, 2005, cor, digital, 2’
Direção: Marcela Moraga
Sinopse: Em uma paisagem artificial em Rotterdam, a artista ouve no rádio sons originados em ambiente natural. Assim, ela trabalha com a idéia de natureza e espaços artificiais dentro de cidades
Tener pies y no tener tierra
Alemanha, 2011, cor, digital, 6’
Direção: Marcela Moraga
Sinopse: Nas ruas de Berlim, a artista traça uma linha de terra no chão e tenta devolver terra fértil às árvores. O gesto busca despertar a reflexão sobre o valor do solo, o direto à colheita, a possível desaparição do campesinato/indígena, e a caracterização de terra como sujeira gerada pelo pensamento de higiene urbana.
Heteróclito
Chile, 2013, p&b, 8mm, digital, 7’
Direção: Sebastián Schmidt-Urzúa
Sinopse: As ruas, o trânsito, os detalhes da cidade de Santiago são explorados a partir de uma perspectiva abstrata, com imagens atemporais, sem contexto, sem respaldo histórico.
Conceitos Fundamentais do Mundo Moderno – Capítulo 1: La oficina
Espanha, 1998, cor, digital, 5’
Direção: León Siminiani
Sinopse: Formada por quatro capítulos, a série de mini-documentários “Conceitos Fundamentais do Mundo Moderno”, realizada no contexto urbano de Nova York, visa constituir princípios para entender e definir o mundo moderno. Neste primeito capítulo, o autor descreve minuciosamente o ambiente de trabalho de um escritório, evidenciando a autoritária escala hierárquica deste espaço.
Conceitos Fundamentais do Mundo Moderno – Capítulo 2: El permiso
Espanha, 2001, cor, 16mm, digital, 4’
Direção: León Siminiani
Sinopse: Com base na definição da palavra permissão pelo dicionário, o artista recria a gênese e a prática desta ideia, que aparece na transição entre o mundo antigo e o moderno.
Conceitos Fundamentais do Mundo Moderno – Capítulo 3: Digital
Espanha, 2003, cor, digital, 6’
Direção: León Siminiani
Sinopse: A terceira parte da série busca evidenciar as mudanças sociais que foram produzidas como resultado da imposição digital.
Conceitos Fundamentais do Mundo Moderno – Capítulo 4: El transito
EUA, 2009, cor, digital, 12’
Direção: León Siminiani
Sinopse: No último capítulo da série, o artista analisa a “hora do rush” e sua consequência na vida do homem moderno.